data-filename="retriever" style="width: 100%;">Fotos: Renan Mattos (Diário)
Depois do anúncio do governo do Estado sobre o calendário sugerido para a retomada presencial das aulas, a comunidade escolar que possui turmas de Educação Infantil se prepara para a próxima terça-feira, dia em que, a princípio, estão autorizadas as atividades in loco. O decreto que institui o novo calendário foi publicado na noite deste sábado.
Em Santa Maria, 21 instituições de Educação Infantil já receberam o parecer favorável permitindo o retorno presencial pelo Centro de Operação de Emergência em Saúde para a Educação (COE-E). Segundo divulgado pelo governador Eduardo Leite (PSDB), será permitido o funcionamento dos locais de ensino situados em regiões que estejam classificadas em bandeira laranja ou amarela há pelo menos duas semanas, como Santa Maria. Durante a última semana, quando o decreto estadual ainda não havia sido divulgado pelo Estado, a reportagem do Diário tentou contato por telefone com todas as instituições com parecer favorável. Do total, oito responderam.
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OPINIÕES DIVIDIDAS
Uma das justificativas dadas pelo governador para a liberação das atividades presenciais, começando pela Educação Infantil, foi a necessidade dos pais em terem onde deixar os filhos para trabalhar. A servidora pública Lucinara Zago, 43 anos, pretende levar a filha mais nova, de 4 anos, de volta à escola quando houver a liberação. Mesmo em trabalho remoto, a demanda segue grande e a pequena acaba tendo apenas atividades de lazer durante o dia.
- As crianças estão sofrendo demais com a quarentena. As famílias possuem particularidades para a permissão ou não ao retorno de seus filhos às aulas presenciais, nada é regra. Porém, justamente por não ser regra, não podemos condenar muitas outras crianças a passarem os dias em frente à televisão, como está acontecendo conosco, enquanto os pais estão trabalhando e a irmã mais velha em sua aula online - afirma Lucinara.
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Por outro lado, a administradora Edilse Perlin da Motta, 47 anos, que tem gêmeos de 4 anos, afirma que seguirá com os filhos em casa mesmo com a possibilidade de retorno. Como os meninos fazem parte do grupo de risco por terem doença respiratória, ela acredita que mantê-los em casa, nesse momento, é essencial para garantir que eles permaneçam saudáveis.
- Eles usam medicação diária para asma, e tem o grande agravante de chuparem o dedo quando têm sono. Entendo que, com crianças com menos de 7 anos, não tem como mantê-las de máscara um turno inteiro, além da questão do contato físico, já que eles, literalmente, passam a mão em tudo - pondera Edilse.
Esse é o pensamento da também administradora Ana Cristiane Dias Salgueiro, 36 anos. Com dois filhos, um de 2 anos e um de 6 anos, pretende levar para a escola apenas o mais velho, quando houver a liberação. O menor havia começado a frequentar as aulas do berçário em março desde ano:
- Eu não estou trabalhando, abdiquei de trabalhar para ficar com ele em casa. Não é o momento de eu voltar a trabalhar e colocar ele na escola, não acho que seja o momento para ele voltar, apesar de confiar na equipe.
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PREPARADA PARA O RETORNO PRESENCIAL
Entre as escolas ouvidas pelo Diário, a única que sinalizou o retorno no momento em que houver a liberação pela prefeitura foi a Escola de Educação Infantil Criança Sapeca, no Bairro Nova Santa Marta. Segundo a diretora, Magnólia Freeze Von Frieling, todas as adaptações necessárias para garantir a segurança das crianças e professoras foram feitas.
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Na entrada, todos passarão por checagem de temperatura corporal - que ficará anotada na planilha de cada estudante -, além de passarem por tapete sanitizador. Além disso, álcool em gel estará disponível em todos os cômodos. Também na chegada, todos terão que passar por uma outra sala e trocar de roupa. As professoras usarão máscara de proteção e protetores faciais de acrílico. Além disso, as salas de aula foram reorganizadas para respeitar o limite máximo de ocupação. O refeitório e o pátio ficarão interditados. Nos banheiros das crianças, desenhos indicam como deve ser feita a higienização das mãos, que também será orientada pelas educadoras.
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Conforme Magnólia, dos cerca de 35 alunos que começaram o ano, apenas 14 devem retornar, o que permitirá que a infraestrutura já oferecida dê conta da demanda conforme o distanciamento necessário entre as mesas. De forma complementar, os brinquedos não estarão mais disponíveis diretamente para as crianças. Caberá às professoras higienizar e entregar para o pequeno na hora da brincadeira.
- Nós fizemos o plano de contingência e fizemos cursos para capacitação. Nos passaram todos os cuidados que devemos ter na escola, com as crianças e na chegada com os pais, que poderão chegar até a porta. Colocaremos também as marcas de dois em dois metros, mas faremos um cronograma de horário de entrada e saída para evitar aglomeração - afirma a diretora.
Normativas para receber parecer favorável:
- Cada instituição de ensino deverá criar o seu COE local composto por, no mínimo, um representante da direção, um representante da comunidade escolar e um representante da área de higienização
- Após a criação do COE local, a escola deverá elaborar o seu Plano de Contingência para Prevenção, Monitoramento e Controle, bem como articular junto ao COE municipal o controle ao novo coronavírus no âmbito da instituição de ensino
Deverão constar no plano de contingência da escola:
- Dados gerais da Instituição de Ensino
- Procedimentos operacionais padrão
- Medidas para grupos de risco
- Medidas para identificação de casos suspeitos
- Medidas quando da identificação de casos suspeitos e confirmados
- Medidas para promover, orientar e fiscalizar o uso de equipamentos de proteção individual
- Medidas de higienização e sanitização de ambientes
- Medidas de higiene pessoal e distanciamento social, e outras pertinentes
- O plano deverá ser elaborado pelo COE local e encaminhado ao COE municipal com 15 dias de antecedência da retomada das atividades presenciais, devendo ser analisado e aprovado pelo respectivo COE em até três dias úteis
- Além disso, a escola precisará apresentar todos os alvarás em dia
O que dizem as escolas:
- Colégio Franciscano Sant'Anna: não volta dia 8, ainda pretende fazer mais treinamento com professores e famílias
- Colégio Marista Santa Maria: aguarda manifestações da prefeitura e publicação do Estado
- Colégio Nossa Senhora de Fátima: irá aguardar posicionamento da prefeitura para decidir
- Colégio Metodista Centenário: em nota, afirmou que "caso a prefeitura libere o retorno das aulas da Educação Infantil, a instituição irá realizar um processo de alinhamento e preparação para o retorno com a comunidade institucional: familiares dos alunos, professores e funcionários do Colégio. Após a análise da segurança para o retorno, de forma organizada e seguindo os protocolos estabelecidos para garantir a segurança de todos, será dado início ao retorno as aulas na Educação Infantil"
- Escola Nossa Senhora da Providência: não quis se manifestar
- Colégio Marista Santa Marta: espera posição da rede e ainda não tem definição
- Colégio Adventista: depois que houver sinalização positiva do município, deve retornar uma semana depois para que possa fazer as adaptações finais nesses sete dias
- Escola de Educação Infantil Criança Sapeca: afirma estar preparada e volta quando houver a liberação